• A condenada

Juarez Avelar, eminente cirurgião plástico, dos maiores, na sucessão de seu Mestre, o grande Ivo Pitanguy, e também escritor, como ele, soube neste pungente livro, A Condenada, relatar a história de uma presidiária, a Ruth, de singular e atrativa beleza, que conheceu, como bolsista-acadêmico, no interior de uma cela.
Verificando que, ali, não havia um corpo doente, mas um ser vivo abandonado, sem haver cometido crime algum. E o precipício da injustiça se abeira da voz do autor na voz da condenada, lembrando a frase, que penso ser de Jean Cocteau, preferindo ser da raça das vítimas, dos que pa-decem, do que da raça dos julgadores, ou detratores. E o texto vislumbra, com tocante simplicidade, os meandros da justiça e sua meticulo-sa máquina, tendo como cenário de fundo a II Guerra Mun-dial. Com o duro episódio de a mãe ser afligida no júri pelo testemunho do próprio filho. Descreve, assim, com doída humanidade, o lado infortunado e, depois, de superação da protagonista. E não a vê de cima, com desigual superioridade, mas dolorosamente junto. E é um livro que merece ser lido, capaz de cativar o leitor, ao acreditar que a memória não aprisiona, mas liberta quando nela sopra amor e solidariedade. Não sendo apenas um depoimento do escritor, mas de um médico que se debruçou sobre o sofrimento. E ao ser Ruth, a personagem, torna-se nome geral e anônimo das “Ruth” que povoam a vida quotidiana, todas as que, injustiçadas pela lei, aguardam no cárcere a exultante, jubilosa libertação.
Rio e Janeiro, “Morada do Vento”, Flamengo
@Carlos Nejar, escritor.
Da Academia Brasileira de Letras.

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Autor Avelar Juarez
Editora Scortecci Editora
Idioma PORTUGUES
Encadernação BROCHURA
Páginas 104
Ano de edição 2021
Faixa etária

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A condenada