Dedicar um livro ao Sistema de Localização Fixa quebra um tabu inexplicável e resgata um método e sua metodologia, consagrados por grandes bibliotecas. O sistema, tido como nada ou pouco científico, sequer é ensinado nos cursos de Biblioteconomia; quando muito, o assunto é tratado em abordagem superficial. Nestes tempos em que as condições de guarda são temas de discussão entre bibliotecários que lidam com acervos de memória e que lutam pela integridade das coleções, o Sistema de Localização Fixa é alternativa viável, porque cumpre função de preservação que os sistemas de localização relativa estão longe de considerar – o armazenamento segundo a materialidade do suporte do registro do conhecimento. O Sistema de Localização Fixa releva o continente, relegando o conteúdo, efetivamente, aos sistemas de representação expressos no catálogo. Neste caso, ou os catálogos são funcionais e eficazes, ou mantém-se a dependência do reexame do item, pelo leitor, na estante. Se o acervo é memorial, esta alternativa é muito mais danosa do que satisfatória. O resgate teórico e prático do Sistema de Localização Fixa vem favorecer o trabalho do Bibliotecário que, diante da missão e dos objetivos de sua biblioteca, poderá escolher criticamente o modelo de localização mais adequado à natureza dos materiais que deve salvaguardar.