• A psicanálise nas instituições públicas

Com a entrada da psicologia no setor público brasileiro, através de concursos na década de 80, abriu-se uma nova área de atuação para os psicanalistas. Inicialmente na Saúde Pública e, posteriormente em outras áreas, como na Justiça, na Segurança Pública ou Defesa Social e, mais recentemente, na Assistência Social, vimos se desenhar um novo e amplo campo de aplicação da psicanálise. A partir do princípio da associação livre, oriundo do modo de funcionamento do inconsciente, e considerando a transferência como motor da análise, descortina-se um modus operandi guiado pelos princípios psicanalíticos, que amplia sua ação para além das quatro paredes do consultório. Somado a esse novo campo de trabalho, deparamo-nos com um quadro social muito diferente daquele dos tempos de Freud. Hoje impera o individualismo, a busca sensual, o fragmentário e o efêmero, produzindo uma perda de sentido individual e coletivo, o que acentua a condição de desamparo constitutiva do humano. Com isso, novos sintomas são forjados, exigindo um esforço de leitura e intervenção. Como mantermo-nos fiéis aos princípios freudianos ao trabalharmos nesse novo contexto? Como problematizar um caso em sua singularidade, sem perder de vista o universal das normas públicas? Qual o lugar do psicanalista ou do saber psicanalítico nas instituições públicas? Como operar a ética do desejo diante da ética do bem comum? Essas são as questões de fundo que permeiam esse livro. Para avançar nesse território epistêmico-clínico, já com mais de 30 anos de experiência acumulada, propusemos a três técnicos, respectivamente da saúde mental, da assistência e da defesa social, trazerem, cada qual, uma situação-problema complexa de sua prática, considerada quase impossível de ser conduzida. Essa situação foi discutida por dois profissionais, professores universitários ou técnicos também, com o desafio de encaminhar soluções concretas, operadas pelo saber-fazer que a psicanálise nos oferece. Assim, da associação entre a universidade e o setor público de cuidados – matriz que orienta o Grupo de Trabalho Dispositivos Clínicos em Saúde Mental da ANPEPP –, propomos ao leitor compartilhar as soluções aqui construídas a partir da psicanálise para os impasses encontrados no setor público de cuidados. Ali onde o impossível parece se impor como irresolúvel, vislumbramos um fio de luz. É um convite e uma porta aberta ao trabalho!

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Autor Andréa Máris Campos Guerra
Editora CRV
Idioma PORTUGUES
Encadernação BROCHURA
Páginas 158
Faixa etária

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