Quem nunca se sentiu diferente nos tempos de escola? Quem jamais sofreu, isolado no recreio? Óculos, aparelho ortodôntico, o corte errado de cabelo. A linha que separa o mundo dos alunos mais populares do dos excluídos é tênue e pode ser quebrada a qualquer momento. Neste universo, ser ou não aceito parece a coisa mais importante. Mas Pedro Mañas, autor e dramaturgo madrilenho, nos mostra que as diferenças quase sempre são muito bacanas. Há grande alegria na diversidade. No bem humorado A SOCIEDADE SECRETA DOS OUTROS, Mañas cria uma trama sobre conflitos na escola, mas sob uma ótica positiva, repleta de belas e veladas lições. Com 10 anos, Franz Kopf é um menino comum. Nem alto nem baixo, nem gordo nem magro, ele habita a fronteira do quase anonimato. Se por um lado não reina sobre os colegas, também não é motivo de chacota. Pelo menos até o dia em que seu oftalmologista decide lhe colocar um tapa-olho, para lidar com seu estrabismo. Subitamente, Franz ganha vários apelidos pejorativos e os professores o colocam sentado na primeira fila. Também não é mais escolhido nas aulas de educação física e passa a ser olhado como um bicho raro, solitário no pátio. Mas ele não é o único diferente na escola. E com a ajuda de outros amiguinhos “originais”, cria uma espécie de sociedade secreta, composta por alunos singulares. Juntos, eles se sentem mais seguros e passam a viver várias — e divertidas — aventuras. Escrito sob o ponto de vista de Franz, A SOCIEDADE SECRETA DOS OUTROS é uma história sensível sobre amizade, respeito aos outros e solidariedade. Sobre como as pessoas podem — e devem — se unir em busca de um propósito comum, de um bem maior.