Panofsky dedica-se ao esclarecimento da manifestação formal da catedral gótica e do manejo mutável das formas arquitetônicas no curso de seu desenvolvimento; procura demonstrar o modo pelo qual os esquemas de pensamento escolásticos influenciaram a evolução do estilo e o manejo das formas. Isso não quer dizer que formas arquitetônicas sejam derivadas de formas de pensamento; a arquitetura não é entendida como uma transposição mecânica de um hábito mental. É esclarecedor, nesse sentido, que Panosky raramente levante neste livro questões relativas ao surgimento de estilos ou a novas formas arquitetônicas; exceção relevante são as observações a respeito da primeira utilização do pilar cantonado. Sempre que possível, Panofsky remete a modelos ou etapas anteriores das concepções arquitetônicas ou dos elementos específicos. O livro de Panosky deixa claro que estilo e evolução estilística não resultam da invenção de formas específicas, mas sim do manejo das formas. Apenas este é colocado numa relação causal (mas não única) com o pensamento de orientação escolástica.