Como O povo brasileiro (1995) e os Diários índios (1996), estas Confissões foram escritas quando o câncer que matou Darcy Ribeiro já o condenava ao recolhimento, à passividade forçada. Mas, se até então ninguém o tinha visto de braços cruzados, não foi a proximidade da morte que alterou essa imagem. Pela alegria e pela liberdade de expressão que revelam a cada página, as Confissões com certeza o fizeram viver, no mais alto grau, o prazer vicário que a memória pode proporcionar.
O trabalho de lembrar leva-o primeiro à cidade natal. Darcy faz a crônica familiar, relata sua avidez pela leitura desde o contato inicial com os livros, conta suas aventuras
de menino no terreno do amor e do sexo, recompõe os traços socioculturais do interior onde cresceu. Darcy revive também seus tempos de estudante, a carreira de antropólogo, a concepção da Universidade de Brasília, no governo JK, o trabalho como ministro da Educação e chefe da Casa Civil de João Goulart, o exílio e a volta ao Brasil, a retomada da atividade política institucionalizada e a implementação de novos projetos na área educacional.
Ao falar do romancista, descreve a satisfação de “penetrar na intimidade do leitor, invadir sua alma, irisar seu corpo”. As Confissões não são um romance, mas sabemos que Darcy, como um demiurgo, tinha o poder de transformar sua própria vida em literatura. Nos dois últimos capítulos, sobretudo, esse poder surge por inteiro: narrando os prazeres que lhe advieram da admiração dos homens e do amor das mulheres, ele não deixa dúvida de que sua vida e sua fantasia trilhavam um mesmo caminho.
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Autor |
DARCY RIBEIRO |
Editora |
GRUPO COMPANHIA DAS LETRAS |
Idioma |
PORTUGUES |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
536 |
Ano de edição |
2012 |
Faixa etária |
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