'A gente não quer só dinheiro', diz a música dos Titãs, 'a gente quer dinheiro e felicidade'. Mas será que é mesmo possível ter os dois? Contrariando o dito popular de que dinheiro não traz felicidade, o livro Dinheiro Feliz A Arte de gastar com inteligência, de Elizabeth Dunn, professora de psicologia da Universidade da Colúmbia Britânicae Michael Norton,professor da Marketing da Faculdade de Administração de Harvard, garante que é sim possível usar seus recursos financeiros para ser mais feliz. O segredo é saber como gastá-lo, afirmam os autores. Elizabeth e Norton reconhecem que as prateleiras das livrarias estão cheias de livros para ajudar as pessoas a ganhar mais. Por isso, eles se concentraram em mostrar como gastar o dinheiro em vez de acumulá-lo. O objetivo da obra é ajudar o leitor a usar o dinheiro que tiver para alcançar mais felicidade. O livro se mostra extremamente pertinente à realidade brasileira, País que nos últimos 10 anos viu 30 milhões de pessoas ascenderem à classe média. É uma nova população com renda, crédito e poder de compra. Mas ser incluído no mundo do consumo não basta para ser feliz. Por falta de informação, as pessoas de todas as classe acabam usando seus recursos com baixo retorno em termos de uma vida de fato melhor. Com base em centenas de pesquisas sobre felicidade e sobre dinheiro, Elizabeth e Norton elencaram cinco princípios para se gastar de maneira feliz. Compre experiências:Não se ocupe tanto com bens materais. Um Porsche pode deixá-lo feliz, mas apenas por um tempo. Em vez disso, gaste seu dinheiro em experiências, como viajar, ir a shows, jantar com os amigos. Ter passado por essas experiências o fará mais feliz do que possuir coisas. Faça disso uma brincadeira: Os seres humanos se habituam rapidamente a rotinas emesmo experiências agradáveis logo se tornam enfadonhas quando repetidas. Você pode recuperar o prazer nas atividades diárias se, em vez de assistir TV por horas, esperar para ver apenas seus programas preferidos, ou tornar aquela pausa do café no meio da tarde um momento especial, em vez de uma necessidade diária.Compre tempo: O tempo é preciso demais para ser gasto apenas ganhando e poupando dinheiro. Quem se permite passar a terceiros tarefas que não gosta, da faxina da casa à limpeza das calhas, fica livre para fazer o que gosta e ir atrás de suas paixões. Ignore quem diz'tempo é dinheiro' e desfrute de momentos para ir ao cinema ou brincar com os filhos. Pague agora, consuma depois: Sempre que possível, troque o 'leve agora e pague depois' pelo 'pague agora e leve depois'. Além de não entrar em dívidas, o prazer da antecipação é uma fonte extra de felicidade. Se você agendar e pagar agora pelas suas férias de fim de ano, vai sonhar meses a fio com o prazer que terá. E quando finalmente chegar a hora, com tudo já pago, terá a impressão de que as férias saíram de graça. Invista nos outros: Se o seu objetivo é a felicidade, o melhor investimento é gastar o dinheiro para ajudar outra pessoa. Investir nos outros permite que você se conecte com os semelhantes e tenha um impacto positivo no mundo. Além disso, pesquisas mostram que esse ato fará bem para sua saúde. O livro oferece uma leitura descontraída, mas em nenhum momento deixa de ser sério, com os autores citando cuidadosamente os estudos e pesquisas que estão por trás de suas recomendações práticas. Não importa se são R$ 10,00 ou R$ 1 milhão, sempre é possível usar seu dinheiro de uma forma feliz.