Percebe-se hoje, em nossas escolas, uma grande distância entre a intenção explicita na legislação de formar alunos críticos, com gosto e hábito de ler, e o fato de esses alunos demonstrarem desagrado e incompetência em relação à leitura, não deixando, porém, de consumir a trivialidade literária, histórica e política.

A escola se deteriorou e, com ela, a leitura da boa literatura? A questão da leitura de literatura na escola brasileira precisa ser pensada a partir de outros lugares e numa perspectiva histórica.

Neste estudo, o pano de fundo é a concepção de literatura como fenômeno social e histórico, caracterizando-se, assim, o texto (dito) literário como um conjunto de códigos e de leis que regem esses códigos, o qual envolve tanto as condições de emergência e utilização de determinados escritos em determinadas épocas, como o funcionamento social da língua.