Aos 22 anos, Tom Rachman tinha uma certeza: queria ser escritor. Mas sobre o que escrever? Jamais fora esfaqueado numa briga de rua, mantivera ou havia sido mantido por uma amante. Não maltratara os pais ou se viciara em algo sórdido. Para resolver esse pequeno dilema, decidiu conhecer mais do mundo, registrá-lo e ainda receber por isso. Tom se tornou jornalista. O plano era trabalhar como correspondente, ganhar algumas cicatrizes, cobrir um ou dois conflitos e terminar com um romance premiado baseado em sua recém-adquirida — e vasta — experiência. Depois de anos como repórter, percebeu que sua pesquisa estava perigosamente parecendo uma carreira. Mas a experiência não foi em vão: Os imperfeccionistas mostra um impressionante talento para capturar as vilezas humanas, numa estréia literária que tomou de assalto a crítica especializada. O livro entrou em várias listas de Melhores de 2010, como a do New York Times e a da Publisher’s Weekly, além de ter aparecido na lista de mais vendidos do primeiro. Como um escritor estreante conseguiu tamanho domínio de narrativa? Decididamente um nome a se observar, Rachman criou um dos mais interessantes romances dos últimos tempos, passado numa redação em Roma. Ali, unem-se um freelancer em fim de carreira repleto de problemas familiares, uma editora paranóica que odeia seu trabalho, um jornalista mais preocupado com seu cachorro do que com o jornal, uma temperamental editora-chefe que acabou de descobrir que o marido é infiel... Estes e muitos outros precisam conciliar suas vidas particulares com a agitada rotina do trabalho. Com a Guerra no Afeganistão e Iraque, o colapso no clima e o paradeiro de Bin Laden ainda desconhecido, a equipe tem muito com que se ocupar. Mas para os funcionários desta redação, a melhor manchete são suas vidas privadas. Este grupo imperfeito faz de Os imperfeccionistas mostra como de forma divertida e crua os bastidores do mundo das notícias. E seus arautos — a consciência moral de uma era —, os novos jornalistas.