Um inimigo do povo foi publicado em Copenhague em 1882 e estreou no Teatro Nacional em Oslo em 13 de janeiro de 1883. Imediatamente foi traduzido para dezenas de línguas e quase simultaneamente foi encenado e publicado em quase toda a Europa, numa repercussão digna dos grandes autores franceses que monopolizavam a dramaturgia da época. A estreia em Paris foi marcada por grandes manifestações no teatro de apoio às ideias anarquistas. A enorme repercussão da peça motivou longos e apaixonados artigos do deputado socialista Jean Jaurès (1859-1914) e do deputado esquerdista e grande intelectual do seu tempo Georges Benjamin Clemenceau (1841-1929). Em 1898, voltou a ser apresentada em Paris em meio ao célebre processo Dreyfus, quando as sessões de Um inimigo do povo eram seguidamente interrompidas com aclamações de protesto contra o Estado e de apoio a Ibsen e Zola, que pontificava na época com seu célebre libelo libertário J’accuse a favor de Alfred Dreyfus. Esta peça é uma obra-prima sobre as contradições humanas e a falência do indivíduo diante da unanimidade. Mesmo diante da vontade de praticar o bem comum, o dr. Stockmann entra em choque com os interesses mesquinhos da cidade. Vítima da maioria e da unanimidade, o homem que queria salvar a cidade torna-se o inimigo do povo. Estas ideias de Ibsen aproximavam-se muito das ideias anarquistas que tinham amplo apoio de importantes segmentos intelectuais e políticos da sociedade da época. A peça é uma impiedosa crítica às elites, aos governos, aos partidos e ao pensamento único.
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Autor |
Ibsen Hemik |
Editora |
L&PM |
Idioma |
PORTUGUES |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
176 |
Ano de edição |
2001 |