Ouve­-se com frequência, de quem tenta se aventurar na leitura dos grandes filósofos, a reclamação de que seus textos são inacessíveis ao leitor iniciante ou de que seu vocabulário é pouco atrativo e incomum, além de reclamações como a de que a “filosofia é um terreno destinado apenas aos especialistas”. De fato, a linguagem e a complexidade das obras dos filósofos exigem um estudo dedicado, atento e persistente daqueles que ousam adentrar no complexo universo de filósofos pertencentes a mundos tão distantes e diferentes do nosso. Não são poucos os que desistem do empreendimento após as primeiras páginas das obras filosóficas mais complexas. Tudo isso mostra que o estudo da filosofia é exigente e demanda método, uma chave de leitura que funcione como uma porta de entrada no vasto e complexo mundo de cada pensador. A descoberta de um caminho próprio não dispensa apoiar-­se momentaneamente na experiência daqueles que já percorreram um longo caminho no estudo e na interpretação de alguns dos grandes nomes da filosofia contemporânea. Ao escrever os capítulos de Chaves de leitura para a filosofia contemporânea, os autores tiveram como objetivo oferecer alguns pontos iniciais que encorajem o leitor a avançar, até que seja capaz de encontrar seus próprios caminhos.