No senso comum acadêmico dos estudos sobre a instituição estatal paira como vaticínio a crítica à percepção ou definição do Estado como instituição única, totalizante, monopolizadora, onipotente e onipresente. Se há consenso em relação a essa crítica, há enormes dificuldades em superá-la. Quero então valorizar a contribuição de Monique, por tentativa de resolução ou minimização desses efeitos, nem sempre contornáveis no plano da reflexão e da equivalente demonstração. A proposição por ela apresentada pode ser metaforicamente pensada pela adoção da ideia do Estado como articulação de interdependentes cartas de baralho: formam um todo sistêmico, mas cada parte guarda, estruturalmente, singularidades decorrentes da distinção interposta por e nessa própria configuração relacional. A adoção do contínuo deslocamento, tal como realizado pelos que assumem funções de representação delegada ou pelos que procuram incorporar recursos e serviços públicos, de fato permitiu a ela entender o Estado como instituição multifacetada, representando interesses diversos e sendo dinamizada por relações provisórias em prol de estruturação como relativamente permanentes. Delma Pessanha Neves - Antropóloga
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Autor |
Aguiar De |
Editora |
Paco Editorial |
Idioma |
PORTUGUES |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
288 |
Ano de edição |
2018 |