• Barbárie

Barbárie: cristianismo conservador e a construção do bolsonarismo realiza uma incursão em um dos temas mais enigmáticos da política contemporânea: por que houve adesão dos evangélicos ao governo Bolsonaro e suas práticas segregacionistas? O que explica essa aparente contradição entre manter valores de fé e desumanos ao mesmo tempo?

Mauricio Spínola, doutor pela UnB, faz uma análise desde dentro, pois não é um intelectual ateu, tal como muitos acadêmicos que se debruçam no tema do bolsonarismo, mas sim é uma pessoa cristã de raiz protestante. Para seu estudo, além de esmerado trabalho teórico, analisou dezenas de sermões proferidos por lideranças religiosas em 2020 e 2021.

Seu livro apresenta duas partes: na primeira, realiza uma cartografia sobre o complexo movimento evangélico e, na segunda, traça alguns sendeiros para pensar sua “desbarbarização”.

Na primeira parte, sua polêmica tese é que o movimento evangélico não foi enganado pelo bolsonarismo, pois houve uma espécie de identificação com sua narrativa. Sua progressiva adesão não se deu apenas por um oportunismo político, mas por convergências ideológicas entre aspectos do neocalvinismo e bolsonarismo, a saber: as posturas eugenista (ou racista), classista, colonial, dualista, liberal e voluntarista.

Na segunda parte, como meio de traçar linhas de fuga à barbárie, Spínola reflete como o cristianismo poderia se transformar, abandonando o pensamento dogmático, excludente e sua lógica governamental pastoral, em direção a uma modalidade de um cristianismo arreligioso. De certo modo, escapar da barbárie remete deixar de ser uma religião da transcendência, do Deus acima de todos, para se tornar uma religião da imanência, de Deus entre todos nós, sem compromisso com o poder e a heteronomia instituída. Essa é sua Utopia ativa.

Domenico Hur

Professor de Psicologia da UFG

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Autor Spínola Mauricio
Editora Kotter Editorial
Idioma PORTUGUES
Encadernação BROCHURA
Páginas 352
Ano de edição 2023

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