"Tratamos de elaborar este estudo com base em fontes primárias, ou seja, documentos de arquivos, em fontes impressas e entrevistas, aplicando as técnicas e os modernos métodos de pesquisa, a cruzar as informações, por modo a resgatar a verdade. Como Winston Churchill, Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha, certa vez escreveu, a verdade, em tempo de guerra, é tão preciosa que deveria estar sempre escoltada por uma guarda de mentiras. Sem dúvida alguma, na medida em que exercem uma função na sociedade, cujas contradições exprimem as mentiras sempre desempenharam importante papel, não somente nas manobras de engano e despistamento por Churchill referidas, mas em todas as relações políticas, nacionais e internacionais, das quais um desdobramento as guerras constituem. Assim, mesmo nos chamados períodos de paz, os Estados, como os partidos e os grupos econômicos, recorrem a todos os ardis, desde a intriga até, em muitos casos, a calúnia e a difamação, com o objetivo de induzir comportamentos e orientar as relações políticas, tanto internas quanto externas, segundo seus reais interesses e objetivos. As falácias que daí resultam terminam por cristalizar-se como estereótipos ideológicos, conformando uma concepção distorcida da realidade. E esta consciência falsa tanto impede a previsibilidade quanto dificulta a compreensão dos acontecimentos políticos, quando eles aparentemente irrompem e surpreendem como se contrariassem os rumos da história".