Ja ha muito que o grande publico conhece o trabalho dramatico do ator Antonio Calloni, o Bartolo de Terra Nostra. A simplicidade e, principalmente, a sensibilidade de interpretacao sao uma marca indelevel de seu estilo, esteja ele representando imigrante italiano bonachao de inicio do seculo, ou criaturas fracas e imperfeitas como o gangster Tomas Siqueira de O Salvador da Patria.E esta sensivel simplicidade que impoe a todos os seus personagens &mdash, trazendo-os quase ao limiar da realidade tangivel &mdash, Calloni aplica tambem ao seu trabalho poetico. E quem o afirma e ninguem menos que o poeta Manoel de Barros &mdash, ele mesmo um perito em sensiveis simplicidades &mdash, padrinho deste Os infantes de dezembro, livro de estreia do autor: &ldquo,Sua linguagem e muito sua, nao emprestou de ninguem&rdquo,, afirma o poeta pantaneiro em carta a Antonio Calloni. &ldquo,Reparo que voce nao caiu no mundo das imagens. Sua poesia vem natural, vem de uma aguda percepcao de nossa mais vulgar vivencia. O poeta entra para descobrir a poesia que anda nas menores coisas. E uma autentica poesia da vida comum, feita com uma linguagem propria, legal, sem pose, sem sofisticacao. Toda a sua poesia se encaixa na vida comum que e ainda muito mais magica do que entortar garfos. Dificil e descobrir essas magicas embutidas nas coisas comuns da vida. E isso voce descobre em cada poema.&rdquo,De fato, como afirma o proprio Calloni em um de seus poemas mais inspirados, &ldquo,Antonio e poeta assustadico de profundezas. (...) Faz poesia com gente bebendo agua, com aro de bicicleta, com coisas, com mulheres. Faz poesia canhota e lubrica. Poesia muscular e acefala que aumenta apenas aos perplexos. Gosta de prologos e finais. Nao tem tempo de contar a historia, pois trabalha muito e nos momentos de folga ri para o ceu e beija bocas de uma so femea.&rdquo,No mesmo poema, Calloni discorre longamente sobre a propria obra e define magistralmente o tipo de poesia que pratica: &ldquo,Gosto da poesia que eu concordo, mas gosto mais daquela que tem concordamento torto. E aquela que desmente, me tira o vicio e me trata como crianca. Gosto da poesia que senta no vaso, como eu. Gosto da poesia que ri e fode e anda de roda-gigante e grunhe e faz o diabo. Gosto daquela que me cutuca nas costas e quando eu me viro pra ver ela ja se foi, rindo de minha cara de urso. E so isso que me interessa. A poesia que se junta ao meu corpo feito carrapato me deixa satisfeito como os tontos de esquina.&rdquo,E antes que o reporter possa perguntar qualquer outra coisa, ele arremata: &ldquo,Voce nao quer comprar uma poesia que funciona com baterias de litio?&rdquo,
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Autor |
SUSAETA EDICIONES |
Editora |
GIRASSOL |
Idioma |
PORTUGUES |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
52 |
Ano de edição |
2009 |
Faixa etária |
Padrao |