'A Ilha no Centro do Mundo' oferece um ponto de vista surpreendente e inovador sobre o nascimento da nação americana. O autor mostra que a fundação dos Estados Unidos não foi somente obra de colonos ingleses, mas resultado do conflito entre Holanda e Inglaterra. Enquanto os puritanos ingleses da Nova Inglaterra fundavam uma sociedade baseada na intolerância, em Manhattan os holandeses criavam um próspero caldeirão de raças e culturas fundamentado na liberdade comercial, que ajudaria a forjar não apenas a cidade de Nova York, mas os Estados Unidos como um todo. A origem desta obra fascinante remonta ao final dos anos 1960 quando o estudioso Charles Gehring, um arquivista da Biblioteca Estadual de Nova York, fez uma descoberta impressionante, doze mil páginas de cartas, casos judiciais, contratos legais e relatórios sobre uma colônia holandesa localizada no centro da ilha de Manhattan. Durante os últimos trinta anos Gehring vem traduzindo esse material, recentemente declarado tesouro nacional nos Estados Unidos. Russel Shorto utilizou esses importantes documentos para construir um relato que alia o talento narrativo de um romancista a uma erudição sem falhas para revelar um momento histórico que vinha sendo ignorado há três séculos. O autor retira o asfalto de Manhattan e nos leva de volta a um território selvagem, coberto de floresta e que servia de território de caça para índios. Nessa ilha estrategicamente localizada, uma população em grande parte esquecida de contrabandistas, comerciantes, prostitutas, piratas e negociantes deu origem à mistura de raças que formou os Estados Unidos, criando uma sociedade que contribuiu para inventar a futura nação