Concebido originalmente como a primeira tese de doutorado sobre a obra de Caio F. Abreu na USP, o livro não teme os riscos do mergulho na literatura contemporânea e nada livremente no mar aberto de suas escolhas teóricas e suas finas observações do fenômeno literário, para pontuar que a obra do autor, equivocadamente tratada pela crítica de sua época como autobiográfica, na verdade se constrói a partir de uma sofisticada elaboração autoficcional cujos eventuais dados referenciais podem ser percebidos na extensa correspondência epistolar mantida pelo autor, além de suas muitas referências pessoais e vivenciais reelaboradas pela música, pela arte, pela literatura, pelo cinema e por tantas outras manifestações culturais que determinam a trajetória do autor ao longo de seus breves 47 anos de vida. É, assim, com a chave da autoficção que se propõe a leitura da obra de Caio F., trazendo ao jovem leitor um autor cada vez mais próximo das vivências e leituras hoje possíveis.