O pressuposto que atravessa este livro é de que a racionalidade ontológica é apenas uma das faces do mundo ocidental. Outra via é possível. Mas qual? Na perspectiva levinasiana, a consciência filosófica não é apenas um modo de unir-se ao universal dissolvendo-se nele. Ser consciente é viver fora da Totalidade, é poder relacionar-se com aquele que permanece exterior em relação à lógica do Todo, bem como das políticas dependentes dessa relação. O universal, uma vez atravessado pela unicidade de Outrem, é o universal como justiça. É preciso a comparação entre rostos humanos que, em si mesmos, são unicidades incomparáveis. Pois o ''terceiro'', que me olha através do rosto de outrem, também clama por justiça. Por conseguinte, a justiça se faz imprescindível porque a unicidade do incomparável (Outrem) assim o exige. Diante disso, o presente livro nos propõe uma reflexão extremamente original e ousada. Nas várias leituras sobre Levinas, a questão política, mesmo sendo destacada e analisada com rigor, é quase sempre direcionada para a atitude de suspeita que o filósofo manifestava em relação ao político. Sinopse escrita pelo Professor Dr. Marcelo Fabri.