A poesia de Rodrigo Pinto, reunida nas páginas deste Violentamente azul, é uma poesia errante, que nos atinge com sua aparência de passos trôpegos de bêbado, mas que se revela um efeito pensado e controlado. Rodrigo equilibra-se com desenvoltura em fronteiras por vezes conflitantes, tal qual um trapezista de circo mambembe, desafiando os riscos da queda, às vezes em tom de provocação, em outras com espírito de sobrevivência. Nesse fio da navalha, o autor demonstra saber dosar irreverência com erudição, alternar festa com desepero e solidão, contornar com imaginação o real e descobrir aventuras e filosofias escondidas no marasmo da vida cotidiana.