• Estudos sobre o teatro antigo

Na Atenas dos séculos VI e V a.C., o teatro deixa de lado a improvisação ritual e torna-se espetáculo. Poetas compõem e apresentam suas peças em festivais, atores são contratados para exercer os papéis, cidadãos participam do coro, exercem a função de produtores e integram o júri encarregado de premiação. Com Platão e Aristóteles, no século IV a.C., a teoria teatral também tem sua origem na Grécia.

Por tudo isso e, em especial, pela qualidade de seus poetas, a experiência grega foi decisiva para o desenvolvimento da arte dramática no Ocidente. A palavra “teatro”, que designa a uma só vez o lugar onde o espetáculo acontece, o espetáculo em si e os espectadores que assistem a ele, é de origem grega (a raiz thea significa visão); assim como drama (cujo primeiro sentido é ação), integra o vocabulário de diversas línguas do planeta. O legado grego continuou em Roma, onde as comédias de Plauto e Terêncio e as tragédias de Sêneca foram decisivas para a formação do teatro ocidental, alimentando a dramaturgia de Shakespeare e Racine, por exemplo.

Os artigos que compõem este livro se debruçam sobre a produção greco-latina, analisando-a a partir de dois eixos temáticos: o lugar do engano e da ilusão na fabulação dramática e a representação do masculino e do feminino no teatro antigo.

São fruto das atividades do Grupo de Pesquisa “Estudos sobre o teatro antigo”, criado em 2002 por Zelia de Almeida Cardoso e Adriane da Silva Duarte, docentes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Além das duas pesquisadoras, integram o Grupo de Pesquisa docentes e alunos vinculados à pós-graduação em letras clássicas de diversas instituições nacionais, notadamente da USP e da Unicamp. A coletânea é, a uma só vez, reflexo e contribuição para os estudos do drama antigo em nosso país.

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Esta coletânea é fruto de um trabalho que revela o interesse pelo teatro clássico, por obras que foram compostas há mais de dois mil anos, portanto. “E qual a razão desse interesse?” poderia alguém perguntar. A resposta é dada pela história da cultura e da civilização. A arte dramática, sabe-se, é peça fundamental na Antiguidade greco-romana. Teve imensa importância na constituição das sociedades antigas. Conforme já nos disse Vernant, referindo-se à dramaturgia e sobretudo à tragédia, o teatro é uma invenção dos gregos que coexiste com outras invenções que se sobrepuseram aos tempos: a política, a democracia, a filosofia, a matemática. Destina-se a um público que, diante das representações, começa a considerar os enredos dos dramas com um olhar novo, o olhar do cidadão. Por meio da mímesis, esse público entra em contato com a problemática do homem, da pólis e da vida, adquirindo, pelo ficcional, a consciência do real.

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Sobre as organizadoras:
Adriane da Silva Duarte é doutora em Letras Clássicas e professora de Língua e Literatura Grega na USP. É pesquisadora do CNPq. Lidera, ao lado de Zelia Cardoso, o grupo de Pesquisa “Estudos sobre o Teatro Antigo” (USP/CNPq). É autora do livro O dono da voz e a voz do dono: a parábase na comédia de Aristófanes (2000) e tradutora das comédias aristofânicas As Aves (São Paulo: HUCITEC, 2000) e de Duas comédias: Lisístrata e As tesmoforiantes (São Paulo: Martins Fontes, 2005).

Zelia de Almeida Cardoso, docente do Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas da USP e líder do Grupo de Pesquisa “Estudos sobre o Teatro Antigo” (USP/CNPq), é doutora em Letras e Livre-Docente em Língua e Literatura Latina. É autora de Iniciação ao Latim (São Paulo: Ática, 2009), A literatura latina (São Paulo: Martins Fontes, 2003), Estudos sobre as tragédias de Sêneca (São Paulo: Alameda, 2005), e tradutora de Sêneca, As Troianas (São Paulo: HUCITEC, 1997).

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Autor Duarte Silva
Editora Alameda Editorial
Idioma PORTUGUES
Encadernação BROCHURA
Páginas 275
Ano de edição 2010

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