Este conjunto de ensaios trata da progressiva renúncia de Merlu-Ponty, após a Fenomenologia da Percepção, ao escrúpulo do imediatismo que até então conduzira sua análise da linguagem, em favor do reenvio às “Linguagens Indiretas”. Osvaldo Fontes Filho busca, no pensamento do filósofo francês, desvendar seu discurso sobre a experiência, a partir da ideia de que o dizer somente se esclarece no ato, razão por que Merleau-Ponty aproxima o discurso sobre a experiência das ambiguidades da expressão artística. Ciente de que “a maneira de questionar prescreve certo tipo de resposta”, evita uma experiência esclarecida, submetida às condições do que já está posto em palavras. Ao desfazer e reconstruir a trama do texto merleau-pontyano, o autor reflete sobre o movimento circular de reflexão do filósofo, partindo do princípio de que a experiência do saber carreia consigo o saber da experiência.