O Bardo Thodol, apropriadamente intitulado por seu organizador, W. Y. Evans-Wentz, como O Livro Tibetano dos Mortos, pertence a essa categoria de escritos que não interessam apenas aos estudiosos do Budismo Mahayana, pelo fato de possuir um profundo humanismo e uma compreensão ainda mais profunda dos segredos da psique humana. Ele também é indicado ao leitor comum, que procura ampliar seus conhecimentos sobre a vida, o pós vida e o que existe além da morte. Apenas para pontuar e não haver equívocos, o texto desse livro não é uma coleção de cerimônias fúnebres, mas um conjunto de instruções para os mortos, um guia através dos fenômenos do reino do Bardo, esse estado de existência que continua por 49 dias após a morte até a próxima reencarnação. Esse tratado sobre os mortos é tão detalhado e tão adaptado a mentalidade ocidental que qualquer leitor sério se verá propenso a perguntar se os sábios lamas tibetanos não teriam, afinal de contas, apreendido algo sobre a quarta dimensão e levantado o véu de um dos maiores segredos da vida.