Entrecruzando dados autobiográficos, personagens da “grande” história e as vidas de pessoas comuns, Amós Oz recria, em O monte do Mau Conselho, a sua infância em Jerusalém, entre tantos outros filhos de imigrantes asquenazes. Flagrados entre os anos de 1946 e 1947, meninos de nomes hebraicos convivem com as feridas mal curadas de seus pais, que têm de assimilar o desligamento das raízes europeias.
Se uma das vertentes do sionismo agudizou nos judeus a recusa de seu passado, os cheiros, as cores e as línguas ouvidas nos bairros judaicos expõem à luz do sol o fato de que a Europa não tem como ser uma página virada, o que aliás é enunciado, lapidarmente e em alemão, por uma mulher árabe: “Vocês estão, há quarenta anos, saindo da Europa em direção à Palestina. Não chegarão jamais. Durante esse mesmo tempo nós estamos indo do deserto para a Europa, e nós tampouco chegaremos”.
A madame Josette al-Bishari frisa, categórica, que árabes e judeus não poderão se encontrar em algum ponto no meio do caminho, ao passo que Amós Oz parece escrever para afirmar a possibilidade desse encontro.
Código: |
L097-9788535919738 |
Código de barras: |
9788535919738 |
Peso (kg): |
0,347 |
Altura (cm): |
21,00 |
Largura (cm): |
14,00 |
Espessura (cm): |
1,70 |
Autor |
Amós Oz |
Editora |
Companhia das Letras |
Idioma |
PORTUGUES |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
280 |
Ano de edição |
2011 |