Nunca pertenci àquele tipo histérico de escritor que rasga e joga fora. Ao contrário, guardo sempre as várias versões de um texto, da frase em guardanapo de bar à impressão no computador. Será falta de rigor? Pouco me importa. Graças a essa obsessão foi que nasceu Ovelhas negras, livro que se fez por si durante 33 anos. De 1962 até 1995, dos 14 aos 46 anos, da fronteira com a Argentina à Europa. (...) Uma espécie de autobiografia ficcional, uma seleta de textos que acabaram ficando fora de livros individuais. Alguns, proibidos pela censura militarista; outros, por mim mesmo, que os condenei por obscenos, cruéis, jovens, herméticos, etc. Eram e são textos marginais, bastardos, deserdados. Ervas daninhas, talvez, que foi aliás um dos títulos que imaginei. Cada conto tem seu “o conto do conto”, frequentemente mais maluco que o próprio, e essas histó¬rias também entram em forma de miniprefácios. (...). Remexendo, e com alergia a pó, as dezenas de pastas em frangalhos, nunca tive tão clara certeza de que criar é literalmente arrancar com esforço bruto algo informe do Kaos. Confesso que ambos me seduzem, o Kaos e o in ou dis-forme. Afinal, como Rita Lee, sempre dediquei um carinho todo especial pelas mais negras das ovelhas. (Trecho da introdução de Caio Fernando Abreu que abre este livro.)
Código: |
L999-9788525411860 |
Código de barras: |
9788525411860 |
Peso (kg): |
0,190 |
Altura (cm): |
17,80 |
Largura (cm): |
10,70 |
Espessura (cm): |
1,20 |
Autor |
Abreu Fernando |
Editora |
L&PM |
Idioma |
PORTUGUES |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
240 |
Ano de edição |
2002 |