O que é melhor: viver num país repressivo, onde todo mundo se mete onde não foi chamado, ou num país livre, mas que deixa pessoas morrerem de frio nas ruas? Essa é a reflexão que Marjane Satrapi faz em Persépolis 4. Depois de assistir à revolução islâmica aos dez anos de idade (vol. 1), ver seu país se dilacerar na guerra contra o Iraque (vol. 2), se auto-exilar na Áustria aos catorze anos, quase morrer de frio nas ruas de Viena, depois de levar um fora do namorado (vol. 3), ela reencontra o Irã, suas referências afetivas e pisa com os dois pés na vida adulta.
Marjane se depara com a cultura da morte em cada esquina de Teerã: prédios destruídos, ruas rebatizadas com nomes de mártires, amigos mortos ou mutilados. Perto de perder um braço, a casa ou um filho, cuspir sangue numa noite de frio não era nada. Marjane custa a se livrar do sentimento de culpa, mas depois tenta se integrar de fato: dá aulas de aeróbica, começa a namorar, entra na universidade de artes e por fim se casa. Os novos amigos também ajudam a criar formas de driblar a repressão permanente.
Não é fácil: as situações vão do absurdo (na aula de desenho, o modelo "nu" aparece na sala de aula coberto por um chador, mostrando apenas o rosto) ao trágico (o amigo que despenca de um prédio, ao fugir da polícia, durante uma festa). No final, mais uma partida, desta vez menos triste: para a França, onde ela se consagraria como uma das grandes novidades mundiais dos quadrinhos.
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Autor |
Marjane Satrapi |
Editora |
Quadrinhos na Cia |
Idioma |
PORTUGUES |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
104 |
Ano de edição |
2007 |
Faixa etária |
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