O termo Lambidestro nasceu de uma brincadeira com as palavras e do encantamento que a língua é capaz de provocar. Dessa palavra, veio a ideia para o nome do livro e ficou. Nada é tão fascinante do que se perder na imensidão polissêmica que somente a língua pode proporcionar. Assim, esse neologismo por si só se explica, ou não... São quatro partes que se complementam. Os poemas sobre o amor principiam a obra. Canta-se o amor sob suas diversas facetas. Envereda-se pela seara do amor romântico, do amor sensual, do amor possessivo, do amor doentio e do amor efêmero. Em seguida, vêm os poemas concretos trazendo no seu bojo a sensualidade, o jogo de palavras, o saudosismo e a crítica social. Na terceira parte da obra, o erotismo é a tônica predominante, como uma celebração dionisíaca, um ritual, onde se festeja o ápice da vida, sem qualquer comedimento ou puritanismo. E, no desfecho, estão os poemas mais amargos, mais duros e mais filosóficos, colocados por último a fim de que o leitor possa refletir sobre sua vida e sua existência terrena. Lambidestro foi gerado como um filho que se ama desde o primeiro instante porque nele o genitor vislumbra certos aspectos peculiares de si mesmo. É um filho inquieto e, por vezes, arredio, com características que podem causar estranhamento ao primeiro contato. Mas, ao final, cada qual verá nele um pouco de si e um tanto do que é a vida e seus mistérios inerentes.