Após alguns trabalhos dentro do gênero besteirol nos anos 70 e 80, Mauro Rasi construiu diversas peças teatrais a partir de acontecimentos marcantes de sua própria juventude em Bauru, interior paulista: a vida com os pais, o sonho de se tornar um escritor reconhecido e a revolta com os valores pequeno-burgueses nos quais não acreditava. A partir de A Cerimônia do Adeus, encenada pela primeira vez em 1987, passando por A Estrela do Lar (1989), Mauro exorciza demônios e faz rir ao mesmo tempo em que emociona e propõe uma reflexão sobre os conflitos psicológicos e de gerações que permeiam as relações familiares. Já em A Dama do Cerrado (1996) Mauro deixa as autorreferências de lado para unir poder, corrupção, drogas e sexo numa trama surpreendente qu centra a ação em acontecimentos do Brasil da Nova República.