• TODOS OS FOGOS O FOGO

No quadro mundial dos contistas modernos, o argentino Julio Cortázar ocupa, sem sombra de dúvida, lugar proeminente. É mesmo um dos maiores autores do gênero em nosso tempo. Conquistou essa destacada posição em virtude do seu fazer literário repleto de inovações e, ainda, por sua extrema acuidade no surpreender os mais recônditos móveis dos atos humanos, as suas esquivas, misteriosas ou secretas causas.Cortázar é um atento minucioso perquiridor do homem, vale dizer, da vida. A descoberta do lado oculto das pessoas e dos imprevistos associados em cada situação vital ? situação que jaz aparentemente tranquila em circunstâncias várias, umas banais, outras de exceção ? constitui mesmo a matéria que trabalha e retrabalha em todas as páginas de seus racontos envolventes e fascinantes.O autor de O jogo da amarelinha sabe, como poucos, realçar o absurdo, o fantástico que pode se esconder nos mínimos gestos e nos mais comuns e até rasteiros acontecimentos. O homem, para ele, é como que um ser obscuro que busca, segundo a segundo, todos os dias, em qualquer momento, iluminar-se ou ser iluminado, ou aos outros levar luz. A vida, nas mãos do ficcionista, torna-se uma permanente incógnita que procura ser desvendada. Faz-se vereda, picada, passagem subterrânea, galeria em que caminhos se cruzam, e por essas rotas intrincadas transita, aturdido mas não perdido, perplexo mas não derrotado, o indivíduo, a criatura feita de carne, sangue e sonhos.Esse universo labiríntico é a sua pátria secreta ? gleba em que todos os nós, homens de qualquer latitude ou status, habitamos como seres circunstanciais, sujeitos a mil e um contraditórios sentimentos.Assim é o Cortázar de Todos os fogos o fogo, volume que reúne oito histórias que são oito obras-primas do conto moderno.Repare o leitor os efeitos inesperados e as consequências últimas que o romancista de Os prêmios sabe tirar de suas análises psicossociais, das devassas introspectivas de suas personagens, dos choques passionais que as ferem, dos incidentes supostamente insignificantes do cotidiano em que se veem envolvidas. O cotidiano ? como nos adverte esse mestre da história curta ? de um momento para outro é capaz de transformar-se em espanto, atingir o insólito, fazer-se fantasmagórico, alçar-se a altitudes imprevistas, tingir-se de insuspeitadas gamas, revelar-nos desconhecidos recantos do nosso ser.Nestas histórias de Todos os fogos o fogo ? algumas simétricas, outras paralelas e simultâneas, estas tecidas por associações de ideias, aquelas contraponteando tempo e espaço, umas concêntricas e, assim, em oposição às evocativas, quando então a memória envereda por espiralados volteios ? há que destacar, sempre, a força de persuasão do escritor. Persuasão que integra o leitor de tal modo na narrativa que o torna um seu participante, que o faz cúmplice do que lê e do que vive.

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Autor Julio Cortazar
Editora Civilização Brasileira
Idioma PORTUGUES
Encadernação BROCHURA
Páginas 206
Ano de edição 2002
Faixa etária

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