Aos trinta anos, em 1890, Anton Tchélhov começava a ser um escritor de sucesso. Foi nesse período que empreendeu uma viagem a Sacalina, ilha dos deportados no ponto extremo leste do império tzarista.
Ao editor Suvórin, que continuava a repetir-lhe que estava prestes a cometer uma extravagância - tratava-se de percorrer mais ou menos doze mil quilômetros -, Tchékhov respondeu: "eu lhe asseguro que Sacalina é necessária e interessa". O escritor também fazia a viagem para refletir sobre a própria vida e chegou a experimentar um intenso sentimento de liberdade às portas de um mundo desconhecido.
Com o olhar perspicaz, Tchékhov observa com honestidade, lucidez e sem preconceitos o mundo misterioso e inexplorado de Sacalina. O resultado, copilado por Piero Brunello no presente livro, conduz o leitor nessa viagem e lhe apresenta conselhos, teóricos ou práticos, depreendidos dos passos do escritor.