A verdade dever ser concebida de modo verdadeiramente crítico, que a torne plausível ao homem de hoje, imersa na história, avessa a oferecer-se à mera contemplação, accessível a uma pluralidade de perspectivas e, contudo, bem sólida na sua ulterioridade sem figura, que lhe permite exigir um empenho total, sem anular-se na pura práxis, e multiplicar-se infinitamente, sem esvair-se no relativismo. Somente o conceito de "interpretação" é capaz de satisfazer a tão opostas exigências: assim sendo, o autor, que apresenta aqui os resultados das suas meditações sobre este conceito, encontra-se diretamente inserido no meio do debate filosófico atual, particularmente empenhado neste problema. Existencialismo, marxismo, psicanálise, neopositivismo, ciências humanas, ideologia, revolução, tradição, práxis, técnica, comunicação, desmitização: todas as correntes mais importantes e os problemas mais urgentes do mundo de hoje são enfrentados na cerrada e animada discussão deste livro, que é fruto, a um só tempo, de uma rigorosa meditação filosófica e de uma decida e, frequentemente, polêmica tomada de posição.