De 1967 a 1973, quando exerceu a função de cronista, Clarice Lispector se incomodava com o fato de se dar a conhecer: sem a máscara e as alegorias da ficção, ela se colocava ao alcance de um público mais amplo e experimentava uma incômoda exposição. Narrou e protagonizou as histórias que ganharam espaço semanalmente no Jornal do Brasil e que posteriormente se reuniram em A descoberta do mundo. Com isso, a autora trouxe a conhecimento do público muito do que a ficção só trazia nas entrelinhas. Clarice Lispector e a Descoberta do Mundo lança seu olhar sobre as crônicas de Clarice e o que elas trazem: o receio da autoexposição, o diálogo e proximidade com os leitores e, finalmente, o potencial de transformar em extraordinário o que à primeira vista parecia banal. Mais uma vez, busca-se entender o desafio enfrentado pela autora e dialogar com o que a sua sensibilidade traz à tona.